Por Luana Souza • Publicado em 03/07/2025 • 2 min de leitura
A série Coração de Ferro introduz RiRi Williams, interpretada por Dominique Thorne, uma protagonista que desafia os padrões tradicionais do MCU. Conhecida por sua audácia e impulsividade, RiRi é uma personagem que reflete a juventude e a complexidade dos heróis modernos. Embora o MCU tradicionalmente tenha retratado seus heróis como 'gente como a gente', isso geralmente se traduziu em protagonistas masculinos e brancos, enquanto personagens femininas e não-brancas são mostradas como exemplos de moralidade.
RiRi, por outro lado, não se encaixa nesse molde. A série começa com a jovem sendo expulsa do MIT, após um acidente em seu laboratório financiado por uma bolsa nomeada em homenagem a Tony Stark. De volta a Chicago, ela enfrenta traumas do passado e busca criar sua própria armadura de Homem de Ferro, motivada pela simples crença de que 'porque eu posso'. Este desejo de provar a si mesma é uma questão central explorada por Chinaka Hodge, a showrunner da série.
Apesar das inovações, Coração de Ferro enfrenta críticas por sua abordagem dos temas sociais. O antagonista principal, o Capuz, vivido por Anthony Ramos, tenta manipular RiRi com promessas de reconhecimento para os marginalizados. No entanto, a série acaba reforçando a ideia de que agir fora dos sistemas convencionais é moralmente errado, uma mensagem já vista em outras produções do MCU como Falcão e o Soldado Invernal e Pantera Negra.
Visualmente, a série brilha nos primeiros episódios, dirigidos por Sam Bailey, que capturam a essência vibrante de Chicago. No entanto, ao se aproximar do clímax, a narrativa se perde em clichês e a série parece hesitar diante de suas próprias propostas críticas. É lamentável que o trabalho de talentos como Ryan Coogler, produtor da série, e Dominique Thorne, seja limitado por uma narrativa que evita confrontar realmente os sistemas que critica.
A série oferece momentos de ação e drama bem construídos, mas no geral, parece hesitar em cortar mais fundo nas discussões que levanta, deixando uma sensação de potencial não totalmente realizado.
Nota do Crítico
Cinéfila e série-maníaca, com foco em narrativas femininas, diversidade e representatividade. Analisa estreias com profundidade e destaca o impacto da cultura geek nas produções audiovisuais.
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