Por Pablo Moura • Publicado em 16/05/2025 • 2 min de leitura
Poucos saberiam dizer que 'Left-Handed Girl' é a primeira direção solo de Shih-Ching Tsou ao assistir este emocionante filme. Com uma carreira solidificada ao lado de Sean Baker, Tsou traz uma voz distinta e poderosa em sua obra. O filme, que se destaca em Cannes 2025, é uma colaboração onde Baker atua como produtor, editor e roteirista, mas é claramente o brilho de Tsou que guia esta narrativa.
A história segue Shu-Fen (Janel Tsai) e suas filhas I-Ann (Ma Shih-yuan) e I-Jing (Nina Yeh) em Taipei, explorando suas lutas diárias em um contexto de desafios financeiros e pessoais. Enquanto I-Ann enfrenta as dificuldades de um emprego em um ambiente questionável, a jovem I-Jing encontra na inocência infantil uma forma de escapar das tensões do dia a dia, mesmo quando confrontada com crenças conservadoras sobre ser canhota, considerada a 'mão do diabo'.
Com uma direção de fotografia vívida e uma montagem que traz um toque pop, o filme não apenas explora as texturas e o dinamismo de Taipei, mas também aprofunda as complexas dinâmicas femininas dentro de uma cultura que frequentemente impõe rígidos padrões de comportamento. O filme ressoa com uma autenticidade que é tanto rústica quanto íntima, capturada habilmente através de uma câmera de smartphone, uma escolha estilística que intensifica a proximidade do espectador com as personagens.
'Left-Handed Girl' não apenas apresenta Taipei de uma maneira nova e emocionante, mas faz isso através de um prisma feminino poderoso e universal, explorando as vidas interconectadas de suas protagonistas com uma honestidade rara e tocante.
Nota do Crítico
Redator Chefe do GeekNews, entusiasta de tecnologia, games e pintura de miniaturas. Escreve com olhar analítico sobre cultura pop, buscando sempre conectar tendências e inovações com o universo geek.