Por Luana Souza • Publicado em 01/07/2025 • 2 min de leitura
A Pixar, renomada por suas animações que tocam em emoções profundas e questões universais, está em meio a uma polêmica interna. De acordo com informações divulgadas pelo Hollywood Reporter, um projeto em estágio inicial de desenvolvimento recebeu a orientação de evitar o tema do divórcio. Essa decisão levanta questionamentos sobre até onde vai a liberdade criativa dentro do estúdio.
A decisão de evitar o tema do divórcio não é um caso isolado. Nos últimos anos, a Pixar enfrenta debates internos sobre a representação e diversidade em suas produções. O chefe do estúdio, Pete Docter, já afirmou que a Pixar deve focar em narrativas mais "relacionáveis", o que alguns interpretam como um afastamento de histórias e personagens sub-representados.
Produções recentes, como "Lightyear" (2023), foram alvo de debates acalorados devido a cenas que exploravam a diversidade, como o beijo entre pessoas do mesmo sexo. A série "Ganhar ou Perder" também viu sua narrativa sobre uma personagem transgênero ser descartada. Essas decisões geram preocupações sobre um possível "comportamento de obediência antecipada" à Disney, a empresa-mãe da Pixar.
A relação entre a criatividade dos cineastas e as diretrizes corporativas da Disney é complexa. Enquanto alguns veem essas restrições como uma maneira de evitar polêmicas desnecessárias, outros acreditam que isso limita a capacidade da Pixar de inovar e se conectar com uma audiência diversificada. A nota sobre evitar o divórcio adiciona uma nova camada a essa discussão em andamento.
A questão que se coloca é: até que ponto a cautela pode impactar a riqueza narrativa que caracteriza as produções da Pixar? Ao escolher evitar certos temas, o estúdio corre o risco de alienar parte de seu público ou, ao contrário, estaria protegendo sua marca de potenciais controvérsias? O futuro dirá se essas decisões serão vistas como prudentes ou limitantes.
Cinéfila e série-maníaca, com foco em narrativas femininas, diversidade e representatividade. Analisa estreias com profundidade e destaca o impacto da cultura geek nas produções audiovisuais.