Em um diálogo revelador com Jenna Ortega para a revista Interview, Natalie Portman compartilhou reflexões sobre sua jornada para dissociar sua imagem pessoal de sua persona pública, destacando como foi sexualizada desde o início de sua carreira, aos 11 anos. "Existe uma percepção pública sobre mim que difere da minha verdadeira identidade", explicou Portman a Ortega. "Já comentei anteriormente sobre a sexualização precoce que enfrentei, algo infelizmente comum para muitas jovens na indústria. Isso me causava medo. Claro, a sexualidade é um aspecto crucial da infância, mas eu queria que fosse algo intrínseco, não projetado sobre mim. Para me proteger, adotei uma postura de seriedade e intelectualidade, afastando qualquer possibilidade de ser vista apenas como um objeto."

Durante sua adolescência, Portman atuou em filmes de grande visibilidade como 'Star Wars: Episódio – A Ameaça Fantasma', 'O Profissional', 'Marte Ataca!', 'Em Qualquer Outro Lugar' e 'Onde Mora o Coração'. Após esta fase intensa, ela optou por uma pausa para estudar na Universidade de Harvard entre 1999 e 2003.

Um momento decisivo em sua carreira ocorreu após seu papel em 'O Profissional'. Foi quando ela recusou o papel de Lolita no filme de Adrian Lyne, que acabou sendo protagonizado por Dominique Swain. Em entrevista ao Los Angeles Times em 1996, Portman explicou sua decisão: "Após encontrar-me com o diretor, deixei claro que não participaria do filme. Ele sugeriu o uso de dublês para as cenas mais explícitas, mas eu sabia que, mesmo assim, as pessoas associariam aquelas imagens a mim. Minha resposta foi um firme não, obrigada."

Esta escolha reflete não apenas a busca de Portman por papéis que respeitem sua integridade, mas também seu esforço para desafiar e mudar as normas de uma indústria que muitas vezes explora a imagem das jovens atrizes.