Por Luana Souza • Publicado em 06/04/2025 • 11 min de leitura
Se você já ouviu alguém dizer “isso aqui é bem soulslike”, provavelmente estavam falando de um jogo difícil, sombrio, e que não perdoa erros. O termo “soulslike” se popularizou após o sucesso de Demon’s Souls (2009) e Dark Souls (2011), ambos da desenvolvedora japonesa FromSoftware.
Mas o que define esse estilo de jogo? É só a dificuldade? Só tem combate punitivo? Ou tem algo mais profundo por trás dessa palavra?
Neste guia completo, você vai descobrir:
Prepare-se para morrer — e voltar mais forte. Porque no mundo dos soulslike, cada derrota é só o começo.
Soulslike não é um gênero oficial de videogames — mas sim uma classificação popular usada para descrever jogos que compartilham elementos-chave presentes em títulos como Demon’s Souls, Dark Souls, Bloodborne, Sekiro e Elden Ring.
Esses jogos têm algo em comum: exigem paciência, precisão e perseverança. Veja os elementos que costumam definir um soulslike:
Os combates são exigentes. Um inimigo comum pode te matar se você errar o tempo do ataque ou da esquiva. E os chefes (bosses)? Brutais. Cada vitória parece uma conquista épica — e cada derrota, uma lição.
Você acumula pontos de experiência ou “almas” ao derrotar inimigos. Mas se morrer, perde tudo que estava carregando. Só há uma chance de recuperar: chegar ao local da sua morte sem morrer de novo.
Os “save points” são raros e muitas vezes distantes. Isso obriga o jogador a dominar os atalhos do mapa e melhorar a performance em cada tentativa.
Os mapas são ricos em segredos, passagens escondidas e atalhos que se conectam de formas surpreendentes. Explorar com atenção faz parte do aprendizado — e geralmente é recompensador.
Ao invés de cutscenes longas ou tutoriais, a narrativa é sutil: pedaços de história estão escondidos em descrições de itens, conversas enigmáticas e ambientação. O jogador é quem monta o quebra-cabeça.
A estética dos soulslike geralmente carrega tons góticos, medievais, ou de horror psicológico. É comum se sentir pequeno, perdido, e sempre à beira de um novo pesadelo.
Em resumo: morrer faz parte da mecânica — e da filosofia — do gênero.
Apesar dos nomes parecidos, soulslike e roguelike são subgêneros com propostas bem diferentes. E entender isso pode evitar muita frustração na hora de escolher o que jogar.
Aqui está uma comparação direta para esclarecer:
Característica | Soulslike | Roguelike |
---|---|---|
🎯 Objetivo | Progredir em um mundo fixo e denso | Repetir runs em mapas aleatórios |
☠️ Morte | Punitiva, mas recuperável | Permadeath (morte permanente) |
🗺️ Mapas | Estrutura fixa e interconectada | Geração procedural a cada tentativa |
⚔️ Progressão | Persistente (níveis, armas, itens) | Zera a cada run, mas pode ter upgrades |
🧠 Narrativa | Implícita e profunda | Quase sempre secundária |
⏱️ Tempo de jogo | Longas jornadas por checkpoint | Runs rápidas e intensas |
🧱 Exemplo famoso | Dark Souls, Elden Ring | Hades, Dead Cells, The Binding of Isaac |
Pra complicar um pouco mais, existe ainda o termo roguelite, que se refere a jogos que misturam a estrutura de roguelike com algum tipo de progressão permanente (por exemplo, Rogue Legacy ou Cult of the Lamb).
Sim! Alguns jogos modernos combinam elementos dos dois estilos — como Dead Cells ou Salt and Sacrifice — mas o que define se é mais “soulslike” ou “roguelike” é o foco principal da experiência.
Se o peso está na exploração cuidadosa, combate tático e ambientação pesada → soulslike.
Se o foco é em runs curtas, repetição e variedade → roguelike.
Em resumo: soulslike te castiga, mas te deixa evoluir. Roguelike te mata — e te força a recomeçar do zero.
Se você quer entrar no mundo dos soulslike ou está buscando um novo desafio, aqui está uma seleção dos 15 jogos mais aclamados do subgênero, com variações de estilo, dificuldade e plataformas.
✔️ Mundo aberto imersivo, liberdade total de progressão
✔️ Ideal para iniciantes no estilo soulslike
⚔️ Dificuldade: média-alta
✔️ Atmosfera gótica de tirar o fôlego
✔️ Combate mais ágil e agressivo
⚔️ Dificuldade: alta
✔️ A experiência soulslike clássica
✔️ Level design lendário
⚔️ Dificuldade: alta
✔️ Reimaginação sombria de Pinóquio
✔️ Combate responsivo e visual refinado
⚔️ Dificuldade: média-alta
✔️ Universo sombrio com mecânica de dois mundos
✔️ Evolução do original de 2014
⚔️ Dificuldade: média
✔️ Ação frenética com ambientação japonesa feudal
✔️ Sistema de loot e builds variadas
⚔️ Dificuldade: alta
✔️ Parry e precisão são tudo
✔️ Combate técnico e zero personalização
⚔️ Dificuldade: muito alta
✔️ Metroidvania com alma de soulslike
✔️ Riqueza em exploração e atmosfera
⚔️ Dificuldade: média
✔️ Soulslike 2D com ótimo ritmo
✔️ Ideal para quem quer experimentar o estilo em plataforma
⚔️ Dificuldade: média-alta
✔️ Visual grotesco inspirado no barroco espanhol
✔️ Lore densa e gameplay satisfatório
⚔️ Dificuldade: média
✔️ Soulslike futurista com foco em desmontar inimigos
✔️ Sistema de loot por partes de armaduras
⚔️ Dificuldade: média
✔️ Compacto, direto e com identidade própria
✔️ Ótimo para sessões curtas
⚔️ Dificuldade: média-alta
✔️ Soulslike com armas de fogo e co-op online
✔️ Sistema procedural com boas variações
⚔️ Dificuldade: média
✔️ Pixel art dark, narrativa introspectiva
✔️ Combate desafiador e progressão não linear
⚔️ Dificuldade: alta
✔️ Rápido, fluido e acessível
✔️ Curto, mas intenso e bem polido
⚔️ Dificuldade: média
Se você está curioso(a) para experimentar um soulslike, mas tem medo da fama de “jogos impossíveis”, fique tranquilo: nem todos são tão punitivos quanto Dark Souls 1 no começo.
Abaixo estão algumas sugestões de entrada mais acessíveis, ideais para novos jogadores:
** Elden Ring** — É o mais “amigável” da FromSoftware. O mundo aberto permite fugir de áreas difíceis, upar com calma, e testar builds diferentes.
** Lies of P** — Apesar de desafiador, tem curva de aprendizado equilibrada, ótima performance técnica e narrativa envolvente.
** Hollow Knight** — Se você prefere jogos 2D, essa é uma joia que mistura exploração e desafio com equilíbrio e beleza.
** Salt and Sanctuary** — Leve, em 2D, e perfeito para entender o básico da progressão soulslike.
Aceite a morte como parte do progresso.
Morrer não é fracasso — é aprendizado. Quase sempre você vai morrer por algo novo.
Aprenda o ritmo do combate.
Esquivar, defender e atacar exige precisão. Observar o padrão dos inimigos é mais importante que sair batendo.
Invista em atributos que combinam com seu estilo.
Prefere força bruta? Vai de Força. Gosta de distância? Destreza ou Magia. Leia as descrições dos equipamentos com atenção.
Use armas e equipamentos que você domina, não os mais “fortes”.
Confiança e domínio valem mais do que dano bruto em muitos casos.
Não tenha vergonha de procurar ajuda.
A comunidade soulslike é uma das mais colaborativas do mundo gamer. Tutoriais, dicas e builds estão por toda parte — aproveite!
Entrar no mundo soulslike pode parecer intimidador, mas poucos estilos oferecem tanta satisfação por superar seus próprios limites. E acredite: uma hora, aquele boss vai cair.
“Soulslike” é um termo usado para definir jogos inspirados na série Dark Souls, caracterizados por alto nível de dificuldade, combate técnico, exploração cuidadosa, e narrativa sutil.
Entre os títulos mais desafiadores estão:
Sim, mas geralmente contada de forma indireta — por ambientação, descrições de itens e fragmentos de diálogo. A interpretação faz parte da experiência.
Não. Roguelike é baseado em runs curtas com morte permanente e geração procedural. Soulslike foca em exploração persistente, mundo fixo e combates metódicos. São estilos bem diferentes.
Jogar um soulslike é como entrar em uma jornada de autoconhecimento. A cada morte, você entende mais do jogo — e de si mesmo. A frustração faz parte do processo, mas a sensação de vitória após um boss difícil… é incomparável.
Seja você um veterano de Lordran ou um novato curioso, o gênero soulslike oferece uma das experiências mais intensas e recompensadoras dos games modernos.
E lembre-se: morrer é só o começo.
Já jogou algum soulslike? Qual foi o mais difícil (ou o mais satisfatório) pra você?
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Cinéfila e série-maníaca, com foco em narrativas femininas, diversidade e representatividade. Analisa estreias com profundidade e destaca o impacto da cultura geek nas produções audiovisuais.
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