Por Pablo Moura • Publicado em 17/06/2025 • 3 min de leitura
O lançamento do Nintendo Switch 2 trouxe consigo o Welcome Tour, um título que se apresenta como um manual interativo das funcionalidades do console. Contudo, a expectativa por um jogo gratuito e encantador foi substituída por um produto pago, com preço de R$ 59,90 no Brasil. Desde os primeiros minutos, o jogador percebe que o foco está quase que exclusivamente em exibir as capacidades técnicas do novo hardware, enquanto a essência mágica e carismática da Nintendo parece ter sido deixada de lado.
Welcome Tour coloca o jogador na pele de avatares genéricos, lembrando os instrutores de Wii Fit, que exploram o interior do console em busca de selos. Esses selos desbloqueiam novas áreas, mas a progressão depende do reconhecimento de recursos do hardware, como sensores de movimento e portas USB-C. A ideia de explorar o console por dentro é intrigante, mas a execução se revela fria e desprovida de personalidade.
Ao invés de embarcar em uma aventura com figuras icônicas como Mario ou Luigi, o jogador é guiado por tutoriais sem brilho e minijogos que mais parecem testes de hardware do que experiências divertidas. A ausência dos carismáticos Miis reforça a sensação de que a Nintendo optou por uma estética menos lúdica, em uma tentativa de amadurecer a sua imagem.
A estrutura de Welcome Tour é baseada em minijogos que visam demonstrar as capacidades do Switch 2. Testes de taxa de quadros, labirintos eletrificados e desafios de inclinação da tela são algumas das atividades oferecidas. Embora funcionais, esses minijogos não conseguem ser memoráveis ou envolventes.
Além disso, muitos desafios exigem a troca constante entre os modos portátil, de mesa e dock, o que pode ser incômodo para alguns jogadores. Quem joga com o Switch 2 conectado à TV, por exemplo, precisa lidar com constantes trocas de configuração. Outro ponto de frustração é a necessidade de periféricos adicionais, como câmeras compatíveis ou o Pro Controller, para completar certas atividades.
O Welcome Tour falha em capturar a essência dos universos criados pela Nintendo. Com exceção de uma recriação em 4K da fase 1-1 de Super Mario Bros., o jogo quase não faz referências às suas amadas franquias como Zelda ou Metroid. Essa abordagem transforma o jogo em mais uma demonstração técnica, semelhante a uma apresentação da CES, do que uma celebração do legado da Nintendo.
Embora Welcome Tour sirva bem como uma vitrine das novas funcionalidades do Nintendo Switch 2, ele não consegue transmitir a diversão e o carisma que se espera da marca. O preço de R$ 59,90, embora acessível, é difícil de justificar diante de um produto que carece de conteúdo memorável. O que poderia ter sido uma jornada guiada por Mario através do console, celebrando a história e o futuro da Nintendo, acabou se tornando uma experiência técnica e sem alma.
>Nintendo Switch 2 Welcome Tour
Pontos Positivos:
Pontos Negativos:
Nota: 6
Redator Chefe do GeekNews, entusiasta de tecnologia, games e pintura de miniaturas. Escreve com olhar analítico sobre cultura pop, buscando sempre conectar tendências e inovações com o universo geek.