Dreams: Uma Jornada Entre Realidade e Devaneio no Festival de Berlim 2025

Dreams: Explorando o Limite entre Sonho e Realidade

Dreams, dirigido por Dag Johan Haugerud, conquistou o Urso de Ouro no >Festival de Berlim 2025, destacando-se por sua narrativa introspectiva e emocionalmente rica. A protagonista, Johanne, interpretada por Ella Øverbye, é uma adolescente de 17 anos que se encontra imersa em um turbilhão de pensamentos e sentimentos, um tema central que o filme aborda com maestria.

A trama se desenrola através das reflexões de Johanne, que encontra refúgio na literatura, especialmente em histórias que exploram desejos proibidos. Seu fascínio pela artista têxtil Johanna, vivida por Selome Emnetu, desencadeia uma série de eventos que questionam a linha tênue entre realidade e imaginação. O filme mantém o público na dúvida: será que os sentimentos de Johanne são uma verdadeira paixão ou uma projeção de suas fantasias juvenis?

O Impacto Visual e Narrativo

A direção de Haugerud é um convite para mergulharmos no mundo interno de Johanne. A cidade de Oslo transforma-se em um cenário de sonhos, reforçando a atmosfera de devaneio que permeia o filme. A cinematografia sutil e a atuação convincente de Øverbye criam um ambiente onde cada olhar e interação entre as personagens é carregado de tensão e significado.

O clímax do filme ocorre quando Johanne compartilha seu diário com figuras importantes em sua vida: sua avó Karin (Anne Marit Jacobsen) e sua mãe Kristin (Ane Dahl Torp). Este ato de compartilhar sua escrita íntima desencadeia uma série de reações que desafiam a percepção de Johanne sobre o amor e suas consequências no mundo real.

Dreams não só celebra o poder da arte e da literatura como ferramentas de autoconhecimento, mas também investiga o que acontece quando os sonhos esmaecem e confrontamos a realidade. Parte de uma trilogia que inclui Sex e Love, o filme nos deixa com a pergunta: quem nos tornamos após os sonhos se dissiparem?