Por Luana Souza • Publicado em 22/05/2025 • 2 min de leitura
'Eagles of the Republic' tinha tudo para ser um sucesso com sua premissa envolvente onde George Fahmy, interpretado por Fares Fares, é um renomado ator egípcio que recebe a controversa oferta de interpretar o presidente de seu país. Um papel que mergulha em um governo marcado por censura e violência, prometendo uma análise crítica da intersecção entre política e entretenimento. No entanto, o filme não consegue explorar seu potencial, ficando aquém das expectativas. As melhores cenas do filme surgem quando ele consegue unir política e cinema, mas são poucos os momentos de brilhantismo.
Fares Fares, conhecido por seu carisma, parece restrito por uma direção que não favorece sua performance. Tarik Saleh, o diretor, mesmo oferecendo vislumbres de uma narrativa envolvente, especialmente no clímax do filme, em geral apresenta uma direção cansativa e sem energia. A trama se arrasta em subtramas amorosas e conflitos pessoais que falham em adicionar profundidade ou interesse ao enredo principal. Além disso, o roteiro, também de Saleh, opta por caminhos previsíveis que pouco surpreendem ou engajam o espectador.
Além de Fares Fares, o elenco conta com Amr Waked, Lyna Khoudri e Zineb Triki, que, apesar dos esforços, são subutilizados em um roteiro que não lhes dá material suficiente para brilhar. O filme tenta, sem sucesso, balancear drama político com dilemas pessoais, resultando em uma experiência que nem mesmo as estrelas do elenco conseguem salvar.
Em suma, 'Eagles of the Republic' é um exemplo de como uma grande ideia não é suficiente para fazer um grande filme sem uma execução à altura. A expectativa de uma obra crítica e envolvente dá lugar à realidade de um filme que não conseguiu encontrar seu ritmo ou voz.
Nota do Crítico
Cinéfila e série-maníaca, com foco em narrativas femininas, diversidade e representatividade. Analisa estreias com profundidade e destaca o impacto da cultura geek nas produções audiovisuais.
