Por Ana Luiza • Publicado em 20/06/2025 • 2 min de leitura
Em uma entrevista reveladora ao The Guardian, o aclamado cineasta Danny Boyle, que conquistou o Oscar de Melhor Diretor por 'Quem Quer Ser um Milionário?', expressou que não estaria disposto a produzir o mesmo filme nos dias atuais devido a preocupações com apropriação cultural. A reflexão surge em um momento em que Boyle está promovendo seu novo trabalho, 'Extermínio: A Evolução', e pondera sobre a importância das narrativas autênticas no cinema.
Boyle destacou que, se o projeto estivesse sendo considerado em 2025, ele optaria por um diretor indiano jovem para comandar a produção. "É um momento para refletir sobre o legado cultural que deixamos e a marca que imprimimos no mundo", afirmou o diretor, indicando que o cinema precisa evoluir e se adaptar às novas sensibilidades culturais.
Ele também foi questionado sobre o filme ser uma forma de colonialismo cultural. Boyle respondeu que, de certa forma, tudo está imbuído desse contexto, mas enfatizou que as filmagens em Mumbai buscaram integrar-se à cultura local. "Não seríamos capazes de fazer isso agora", disse ele, ressaltando que essa mudança de perspectiva é necessária e benéfica.
Lançado em 2008, 'Quem Quer Ser um Milionário?' foi um sucesso estrondoso, arrecadando US$ 378 milhões mundialmente, com um orçamento modesto de US$ 15 milhões. O filme recebeu dez indicações ao Oscar em 2009, ganhando oito prêmios, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor para Boyle.
Apesar do sucesso, Boyle agora vê a produção sob uma nova luz, reconhecendo que a abordagem de 2008 não seria aceita hoje, e que o filme provavelmente não conseguiria financiamento nos tempos atuais. "É uma questão de reconhecer a necessidade de diversidade e autenticidade nas histórias que contamos", concluiu.
Este posicionamento de Boyle reflete uma tendência crescente no cinema global, onde diretores e produtores estão cada vez mais conscientes da necessidade de incluir vozes autênticas em suas narrativas, especialmente em histórias que lidam com culturas distintas. O debate sobre apropriação cultural continua a moldar a indústria, incentivando uma reflexão mais profunda sobre quem deve contar quais histórias.
Apaixonada por animes e mangás desde a infância, cobre lançamentos, bastidores e curiosidades do Japão pop. É especialista em Crunchyroll, estreias sazonais e fandoms de cultura otaku.
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